Entrevista da Professora Elvira Fortunato, na qualidade de Vice-reitora da Universidade Nova de Lisboa ao Jornal Público | 01Out19

É mais o que os une do que aquilo que os afasta.
 
Gostaria de ouvir um comprometimento mais sólido sobre a forma de apoiar a investigação e os meios que esta precisa para a realizar.
Temos assistido a uma campanha eleitoral mobilizadora e na minha opinião está a ser muito participada pois os muitos debates televisivos têm contribuído para um maior esclarecimento assim como para uma maior aproximação ao cidadão, e espero que com isso a taxa de abstenção diminua e como consequência exista uma maior responsabilização por quem nos irá governar nos próximos quatro anos.
Os vários partidos para além das diferenças intrínsecas, têm acabado por debater temas que acabam por não ter cor política, como seja o problema das alterações climáticas ou da sustentabilidade o que é muito positivo pois tal atitude nem sempre é consensual a nível mundial.
No meu caso particular, e por que acho que um país com cidadãos mais cultos e melhor formados é a peça chave para todas as transformações que queiramos encetar com responsabilidade e impacto nas formas de crescimento que temos necessidade absoluta que ocorram, gostaria mais de ver o assumir de um compromisso mais forte na área da educação para todos, cuidados de saúde optimizados e disponibilizados para todos e uma maior abertura ao apoio à investigação, não só como meio de criar conhecimento, mas a riqueza que precisamos, baseada na criatividade e inovação que esta promove. Para isso, gostaria de ouvir um comprometimento mais sólido sobre a forma de apoiar a investigação e os meios que esta precisa para a realizar, nomeadamente do carácter de excepcionalidade da mesma no aparelho produtivo do Estado, que não pode ser encarado como se de uma empresa se tratasse. Esta tem sido a batalha e o compromisso que tenho tido nos últimos anos, que espero que também mereça a concordância de todos, por ser estruturante e nuclear para o progresso e sustentabilidade ética de um Portugal, que queremos que seja melhor para nós e acima de tudo para as gerações futuras.